terça-feira, 22 de setembro de 2015
Caras pintadas

Os caras-pintadas foi o nome pelo qual ficou conhecido o movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do ano de1992 que teve, como objetivo principal, o impeachment do presidente do Brasil na época, Fernando Collor de Melo. O Brasil realizara recentemente eleições diretas para presidente em 1989, garantia que havia sido tomada ao cidadão brasileiro pelo regime militar, sendo que o último pleito direto, isto é, com a participação do povo, ocorrera em 1960.
Tal fato era constantemente lembrado pelos meios de comunicação da época, enfatizando a importância da participação popular na vida política brasileira.
A imagem dos estudantes conscientes, desafiadores, rebeldes dos anos 60 então faz a cabeça do imaginário popular naquele momento, e entre a população estavam os estudantes à época, geralmente de classe média, não tão politizados, e com ideias nem tão claras acerca do modo como reagir em meio ao seu descontentamento. Influenciados por toda "mitologia" que estava se criando em torno dos protestos ocorridos na década de 60 os caras-pintadas saem às ruas, mas vestindo e pintando-se de preto, em um repúdio às palavras de Collor, parcialmente irônico, parcialmente politizado.
O movimento baseou-se nas denúncias de corrupção que pesaram contra o presidente e, ainda, em suas medidas econômicas impopulares, e contou com a adesão de milhares de jovens em todo o país. O nome "caras-pintadas" referiu-se à principal forma de expressão e símbolo do movimento: as cores verde e amarelo pintadas no rosto dos manifestantes.
De qualquer modo, os caras-pintadas tornariam-se ícones de um novo modo que o povo descobriu de se fazer democracia: a deposição de seus dirigentes incompetentes ou corruptos.
Por Jessica Lima
Documentário sobre a revolta estudantil Pinguim no Chile. UNE na gelada cachoeira de notas frias.
Enquanto no Brasil, a UNE é investigada pelo uso de notas frias,
o gasto de 12 milhões do governo federal em quatro anos de muita farra e
safadeza, no Chile os estudantes realizaram oito meses de greve geral, com
várias paradas que mobilizaram todo o país.
O reitor pode roubar, a UNE nem aí.
O governo federal corta verbas das universidades, a UNE nem aí.
A polícia de Alckmin invade a USP, prende, espanca, desaloja e
expulsa estudantes, a UNE nem aí.
Lá no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde estão
construíndo um hospital escola superfaturado, uma universitária menor de 16
anos, virgem, foi estuprada em abril último, a UNE nem aí.
A UNE é formada por uma cachoeira de diretórios acadêmicos que estão no
bolso dos reitores. Diretórios acadêmicos de m.
Entre 2006 e 2010, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União
Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) de São Paulo receberam aproximadamente
R$ 12 milhões do governo federal, por meio de convênios.
Agora, o Ministério Público aponta indícios de irregularidades nesses
repasses que eram destinados à capacitação de estudantes e à promoção de
eventos culturais e esportivos.
No caso da UNE, o procurador do
MP junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Marinus Marsico identificou o uso
de notas fiscais frias para comprovar gastos.
Ele também percebeu que parte do dinheiro proveniente dos cofres
públicos foi usada para comprar bebidas alcoólicas (cerveja, vinho, cachaça,
uísque e vodca), bem como pagou despesas sem vínculo com o objeto conveniado
(faturas de energia elétrica, dedetização da sede da entidade, limpeza de
cisterna, impressão do jornal da UNE).
Curioso também foram os gastos com
a compra de búzios, velas, ventilador, tanquinho de lavar roupas, freezer e
celular. Além disso, Marinus detectou diversas notas emitidas por bares com a
identificação “despesas” na descrição do gasto.
No final de maio, o procurador formalizou representação ao TCU para que
o órgão investigue o uso dos recursos federais repassados à UNE e à Umes pelos
ministérios da Cultura, Saúde, Esporte e Turismo. (In Leis dos Homens).
Existem várias denúncias de roubalheira$.
Pobre Brasil! que até os movimentos estudantis são liderados por corruptos.
Veja o exemplo do Chile. Revolta Pinguim
Faço uma proposta a qualquer pessoa que esteja lendo esse post: que tal se nós falássemos mais o que estamos pensando e sentindo em relação às pessoas na cara, de frente, diretamente para as pessoas? Que tal se parássemos com as indiretas? Que tal se começássemos mais uma “Diretas, já!”, só que ao invés de lutar pelo voto, lutássemos pela fala?
Charge do Henfil
para o movimento das Diretas Já, que teve início em 1983.
UNE
Quem é jovem muda o mundo. Não há como impedir. No exato momento em que procura o seu primeiro emprego em uma grande cidade, no instante imediato em que pula ou faz barulho em um show de rock, na primeira vez em que ama ou se desilude do amor, quando marca o X na escolha de seu curso para entrar na universidade, a juventude muda tudo o que está aí. Ao calçar seus tênis, novos ou batidos, para encarar o mundo, os jovens acabam por transformá-lo. A mudança é para melhor ou para pior? Bem, isso é a própria juventude que decide.
A escola e a universidade são o primeiro momento de encontro e socialização da juventude. É também onde, pela primeira vez, os jovens podem organizar coletivamente seus olhares, opiniões e vontades de mudar a realidade. A essa atividade, que acontece fora da sala de aula, é dado o nome de movimento estudantil, algo que envolve tanto a organização de uma festa como a participação em uma passeata, a criação de uma empresa júnior ou a representação política para debater as principais questões do país. No meio desse processo, os jovens vão se organizando em entidades como os grêmios estudantis, DAs, DCEs, uniões municipais e estaduais de estudantes, executivas nacionais de cursos. Todas essas organizações juntas formam, há mais de 70 anos, a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Há como participar da UNE e do movimento estudantil de diversas formas. A principal é a própria colaboração em cada DA, DCE ou qualquer outra entidade representativa dos estudantes, debatendo os problemas locais e propondo soluções. Outra grande atividade é a Bienal da UNE, voltada principalmente para a área da Cultura, com mostras universitárias e convidadas de música, cinema, artes visuais, literatura, artes plásticas e artes cênicas. Em muitas universidades do Brasil, a UNE atua também a partir do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE).
Entre todos os movimentos sociais brasileiros, o movimento estudantil é, simultaneamente, o mais antigo e o mais jovem, sempre renovado pelas demandas e sonhos de cada geração. Com suas caras limpas ou pintadas, carregando bandeiras de todas as cores, prontos para fazer a diferença, os estudantes são a força mais poderosa da nação e, inevitavelmente, donos de seu futuro.
Por Isabella Lima
Movimento estudantil
O movimento estudantil é um movimento da área da educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes.
Estudante é diferente de aluno; aluno é aquele que tem acesso ao ensino - matriculado em alguma instituição de ensino - , estudante é aquele que interage com a instituição educativa de forma mais intensa - Grupos de Estudo, grupos culturais, pesquisa, programas de extensão, PET, Atléticas... O Estudante tem o vínculo com a instituição de ensino como elemento central de sua identidade, como elemento organizador de sua vida em sociedade - ele se define como estudante, e não só como alguém que estuda. A forma de interação é a mais variada possível, o movimento estudantil é uma delas.
Na maior parte das universidades brasileiras, o movimento estudantil é liderado por DCEs, DAs e CAs. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista que representa ou defende os interesses da categoria estudantil.
O Movimento Estudantil(ME) atualmente pode ser dividido em dois grandes blocos de atuação: o ME Geral e o ME de Área. O MElano local mais fortificada. Consegue fazer uma discussão das políticas educacionais e das concepções de educação.
. ME DE ÁREA – Proximidade com a formação profissional, o que possibilita a discussão acerca do currículo, da formação profissional, do caráter ideológico da formação. A partir das discussões e de ações em comum, consegue forjar uma identificação dos estudantes com a sua categoria profissional, já firmando um laço para o militante pós-ME.
.Os dois movimentos são complementares, indissociáveis na totalidade e na luta concreta(uma vez que quem os constroem são os estudantes, o mesmo sujeito) e indispensáveis para o acúmulo de força social para transformar a universidade e a sociedade.
Diretas Já!

Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.
Sob o Regime Militar desde 1964, a última eleição direta para presidente fora em 1960. A Ditadura já estava com seus dias contados. Inflação alta, dívida externa exorbitante, desemprego, expunham a crise do sistema. Os militares, ainda no poder, pregavam uma transição democrática lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.
Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB – Mato Grosso).
A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.
Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser votada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em São Paulo. Aos gritos de Diretas Já! mais de um milhão de pessoas lotou a praça da Sé, na capital paulista.
Uma figura de destaque deste movimento foi Ulysses Guimarães (PMDB), apelidado de “o Senhor diretas”. Outros nomes emblemáticos da campanha foram o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a cantora Fafá de Belém e o apresentador Osmar Santos.
No dia 25 de abril de 1984, o Congresso Nacional se reuniu para votar a emenda que tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. A população não pode acompanhar a votação dentro do plenário. Os militares temendo manifestações reforçaram a segurança ao redor do Congresso Nacional. Tanques, metralhadoras e muitos homens sinalizavam que aquela proposta não era bem-vinda.
Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a favor e 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de 320 votos.
Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa.
Por Lidiane Duarte
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